Um dia fazendo minhas caminhadas Encontrei na estrada um velho conhecido Falou dos irmãos e de sua infância Quando era criança e dos seus pais queridos Contou que seu pai era um velho carreiro E o candeeiro era um dos irmãos E pelos vizinhos eles eram chamados Pra tombar terra naquele roçado Pra suas colheitas de milho e feijão Todo dia cedo ao cantar do galo Selava o cavalo e subia a invernada Pelas corrutelas cortando atalho Molhado de orvalho e tocava boiada Os bois no curral o meu pai encangava Os filhos acompanhava o dia inteiro Fazia mudança e puxava mourão Cortava madeira e arrastava no chão Ainda levava tora no estaleiro O tempo passou e os irmãos cresceram Meu pai adoeceu e Jesus o levou E no calendário da felicidade Somente a saudade no peito ficou Ao abrir um baú com as fotografias Ao ver a família ali reunida Com nó na garganta e o peito apertado Parece sentir alguém do meu lado E o jeito educado do papai querido Hoje quando passo em frente a nossa casa A saudade arrasa o meu coração Ao lembrar de tanto trabalho pesado Que ficou marcado por calos nas mãos Me lembrei da cruz que Jesus carregou Quanto exemplo deixou para a humanidade Agora que já contei sua história O dia que eu também for embora Espero deixar exemplo e saudade