Os Dois Mineiros

A Saudade e o Carreiro

Os Dois Mineiros


Tom: A

A                                   E
Já não se houve um estouro de boiada
                               A
E o berrante certamente emudeceu
                                 E
Já não se ouve mais o grito de um carreiro
                             A
Infelizmente tudo desapareceu
                              E
Daquela estrada que passava boiada
                                A
Abandonada o asfalto cobriu o chão
       A7                     D
Fico sentado na soleira do alpendre
          A         E       A
Boiada ali só na imaginação
E
Vai saudade
        D                E         A
Vai acabando com esse velho amigo seu
                                           E
Não tem carreiro, não tem boi, não tem boiada
                   D     E           A
E o poeirão da estrada também desapareceu
A                                    E
Por quantas vezes transportei nessa estrada
                                A
Carga pesada que trazia do grotão
                               E
Longe se ouvia um cantar bem duetado
                           A
Bem apertado no chumaço e no cocão
                                E
Do coice tinha boi bordado e canário
                               A
E lá no meio ouro preto e campeão
       A7                     D
Os bois de guia pente fino e numerado
         A         E         A
Que atendia só no guizo do ferrão

E
Vai saudade
        D                E         A
Vai acabando com esse velho amigo seu
                                           E
Não tem carreiro, não tem boi, não tem boiada
                   D      E          A
E o poeirão da estrada também desapareceu
A                                    E
Hoje tão triste recordo o meu passado
                               A
Fico lembrando dos bons tempos que se foi
                                 E
Vejo meu carro lá de baixo da paineira
                                 A
Tá sem esteira é tão triste sem os bois
                                       E
Não tem cocão, não tem chumaço e nem fueiro
                                           A
Não tem carreiro e o cabeçalho está no chão
           A7                        D
E nessas horas os olhos choram sem querer
         A               E          A
Parece um sonho vejo tudo num telão
E
Vai saudade
        D                E         A
Vai acabando com esse velho amigo seu
                                           E
Não tem carreiro, não tem boi, não tem boiada
                   D     E           A
E o poeirão da estrada também desapareceu