Eu estou armado até os dentes E você não vem Pra essa guerra que eu armei pra gente Nesse abismo zen Porque o silêncio é a poesia mais doida Dói na própria vida Dói o corte, a cicatriz, A marca lenta Onde a pele é dividida E depois, como um animal, marcado Segue reservado Pro frigorífico Pro supermercado Segue retalhado, com a alma ressentida A carne dividida, tudo calculado O peito, a coxa, o coração calado O nervo, o fígado encharcado A pele, o cérebro abandonado Tudo exposto na vitrine, no balcão E eu estou aqui e continuo armado Um "Don Quixote" deste amor que me foi tirado Mas vou continuar aqui Com o pensamento preservado Porque, senão, vocês terão vencido esta batalha E eu é que estarei errado