Oripinho OLiveira

A Saga do Polaco

Oripinho OLiveira


A SAGA DO POLACO
Oripinho Oliveira

A dor do amor é triste, é duro, pois persiste rasgando o coração.
Quando ela foi embora se eu morresse naquela hora seria de desilusão.
Pois tirei a vagabunda daquela casa imunda, antro de prostituição.
Dei-lhe casa e comida, fui amor da sua vida, vejam que ingratidão.

Filho ela não queria, o Trochinski adotei. Nunca beijava na boca, me atrofiei,
Usava roupa bem louca me acostumei com seu perfume de jasmim.
Só pagava com meu cheque, eu me quebrei, a batata aflorava, eu arranquei.
Todo dinheiro que eu ganhava, eu lhe entreguei e foi esse o meu fim. 

Quando a coisa ficou preta, vendi trator e carreta, carroça e caminhão.
Peguei dinheiro emprestado, hipotequei terra e arado, só pra lhe comprar batom e mignon.
Mais foi num mês de Agosto, chego em casa que desgosto, fiquei vermelho igual maçã.
A ingrata então me fala e nem ao menos se abala:

"A cachorra mordeu o Trochinski essa manhã".
Na rua a malvada então botei, pra levar na sua mala, nem repolho eu dei.
Até o retrato da família eu lhe tomei, pra ela não se lembrar de mim.
Recomeçar a minha vida, com o Trochinski,eu sei. No amor a gente se engana,

Mais eu vencerei com o apoio da colônia, recomeçarei. 
E nem de mulher estou mais afim.