Não é que eu queira ferir os teus sentimentos Não tenho a intenção de te machucar Porém eu peço silêncio nesse momento Vou contar uma história por mim vivida Eu sei, ela é doída e talvez você Queira ouvir, não irá conter Poderás chorar Poderás sofrer Embora eu tenha tido uma bela infância Brincando todos os prazeres de ser criança Hoje sou o brinquedo da solidão Ai, como dói na carne a dor da traição Pois fui amar loucamente certa mulher Fiz dela minha esposa, mãe dos meus filhos No entanto ela amava a vida de mariposa E sempre me traiu quando estive ausente Pensei, ela é doente, digna de dó Mas nunca devia ter deixado os filhos Ter deixado o lar Pois sofre o castigo de hoje viver só E ela que sempre foi mulher orgulhosa Hoje mora na lama mais horrorosa Paga com juros caros por ter traído Eu que amava tanto e não fui ouvido Pra quem me vê cantar com tanta amargura Digo, essa é minha forma de desabafo Na vida eu faço o papel de uma criatura Que tem que ser pai e mãe, tudo a um só tempo Pensei Essa é minha cruz e eu vou vencendo Se sou infeliz devo suportar sem desesperar Pois Deus assim quis