I Eu sempre estarei do teu lado, se tua voz chamar, eu vou ouvir. Teus versos em minha alma gravados com o fogo dos teus olhos ardendo em mim. Eu cantarei à noite ao te lembrar, e à Lua vou contar que penso em ti. E mesmo que minha voz venha calar, meu peito vai pronunciar teu nome. II Mas o meu coração tem preço, com minha solidão irei pagar. Nossa história finda antes mesmo do começo, não temos o direito de amar. Meu corpo pode estar onde estiver, minha alma é contigo que vai estar. Não, eu não posso ser tua mulher. Prometa-me, então, que não vai me amar. Refrâo Vem o inverno, o outono se foi. Nos ventos não há mais calor. Vem o inverno, o outono se foi. Foram-se os ventos do amor. III Somos feitos de matérias diferentes, e nenhum dos dois pode mudar. Não são meus meu corpo nem a minha mente, meus desejos, sonhos, devo sufocar. Tua alma tão rebelde longe voa, tua boca fala o que nem devo pensar, e o som da tua poesia que ressoa é como o canto do pecado a pairar no ar. IV Por isso, renuncio à fantasia, o sonho que me deste vou abandonar, guardar na noite crua que silencia, pro vento cálido não mais soprar. Mas, sei que meu corpo pode estar onde estiver, minha alma é contigo que vai estar. E, se não posso ser tua mulher, prometa-me, poeta, por favor, que não vai me amar. Refrâo Vem o inverno, o outono se foi. Nos ventos não há mais calor. Vem o inverno, o outono se foi. Foram-se os ventos do amor.