Ó! Porque não fui eu simples bloco de mármore, Que talhado a cinzel ingressasse na história, E na eterna mudez de venerada estátua, Evocasse, silente, almo sonho de glória Dum artista de fama! Então, ao vendaval da transitória vida, Passará indiferente e calmo a senda inglória, Rumo da eternidade, Não tendo a me queimar a pálpebra marmórea A lágrima dorida, Nem tendo a cruciar-me o peito esta saudade, Nem a dor que devora a triste humanidade Feita de luz e lama: - Porque a pedra não vive e não pensa e não chora, Porque a pedra não sonha e não sofre e não ama!