I lá no sítio de minha vó tava um dia numa rede, lá nos ?pé de oitizeiro? Depois de uma buchada fiz das mão de travissero Pois me deu uma leseira, cai num cuchilo inteiro Daqueles de quinze minuto, ?inté? esqueci da Sobre-mesa Comecei vê muito vulto de povo que teve intuito, de Mudar ordem vigente, Mas lembro de pouca gente, agora lembro só de dois, Um do sul outro do norte, os dois era muito forte pra Mudar a sua cuna O primeiro tinha ?coluna? o segundo o ?cangaço?, Certo dia se encontraram na volante sem cagaço, Tinham gênios diferentes ambos eram cabra macho Foi então que vi a cena de prestes e lampião contra o ?estado inconteste?, Enquanto isso muita gente retirava pro sudeste, Pra construir ponte, viaduto, metrô, prédio, ?arranha-cé?, Fugindo da seca e dos coroné, que grilava latifúndio E se não fosse a fé do povo muitas vezes em padin Çiço, Com certeza eu falo isso, não sobrava um de pé. Quando vi caí no chão, acordei muito assustado, já Estava indignado, Pois nada tinha mudado, só as data e os ?personage?, É que ainda há ?sacanage?, com os ?povo de lá de Cima?, E nesses versos eu faço a rima, sem medo e sem Vacilo, Pois não concordo com o estilo de opressão desse Sistema, Nem dá pra mudar de tema, o momento agora é esse, Falar disso é meu interesse, não preciso de pretexto, Este é o meu contexto, pois é fácil achar paulista ?fí? ou neto de baiano, Cearense, pernambucano, paraibano piauense, Que veio do português, negro, índio, holandês, ?inda teve os francês? que quiseram o maranhão Nesse cordel não tem refrão, mas tem muito hardcore Mas meus ?verso? não ignore, o que falo é verdade, Mudar essa realidade é a nossa obrigação Cordelcore é a fusão de poesia com barulho, Esse é o som do futuro, misturar vários bagulho Sem ter medo de ?inová? manda vê mandruvá Que o bicho agora vai pagar.