Daqui do ponto onde pairo no espaço Eu só consigo ver a imensidão azul E vasta como é vasto o infinito É a minha solidão Universos definham e galáxias se engalfinham E a minha permanência é tão insignificante Aqui no berço onde as estrelas morrem O meu coração se apagou Não vou mais me curvar ante a vastidão do mundo Não vou mais aceitar o beijo vil da morte Não vou mais gravitar ao redor do meu umbigo Não vou mas aviltar a minha própria sorte Se o silêncio é o que vem em meu auxílio A minha poesia não tem mais serventia Longe de você, tudo é um longo exílio E só mesmo a ausência de gravidade É o que me faz suportar o Peso de tanta saudade