Atravessar mais uma estrada de chão Quantas serão que eu vi passar por mim Recomeçar um movimento qualquer E depois parar girando até ter fim A vida é uma brecha, um sopro, uma fresta e só Eu canto pra ela, minha janela ao Sol Enfim o vento parou de rugir Sinto uma flecha em meu peito aberta Pensei que o mundo fosse explodir Quando no fundo eu sou o mundo Mais uma curva veloz, outra casinha, o mesmo café Mas eu sei que nunca será igual Outra vez ver o mar, numa roseta pisar na areia Sangrando a seiva do meu amargo caminhar Porque sofrer, se não dá mais pra segurar O tempo passando sem nada deixar Deixa eu sofrer, deixa eu chorar Deixa eu ficar só pra eu entender o que é que eu vim fazer aqui! Apontar com precisão Pra cantar meu coração Quando a mudança é um corte profundo Siga o caminho do ventre do mundo, que é ser! Enfim o vento parou de rugir Sinto uma flecha em meu peito aberta Pensei que o mundo fosse explodir Quando no fundo eu sou o mundo A vida é uma brecha, um sopro, uma fresta é só Eu canto pra ela, minha janela ao Sol Ao Sol