Reginaldo Olha la, la vem o vacilão Todo sorridente anel no dedo e cordão Ta sempre preparado pra vacilar Dando em cima de todas mulheres do lugar Ele sempre acorda de manhã e vai pro bar Não tem muita amizade, já deu pra reparar Fica sentado bebendo só pra observar O vai e vem da mulherada pra lá e pra cá Chega de mansinho, pedindo informação Elogia as menina, até mulher de ladão Jogando seu xaveco sempre sorrindo Hoje não deu nada, olha ele lá subindo Anda sempre espantado olhando pros lados Já percebeu que tá sendo observado Vai chegando a noite, se prepara pra sair Na comunidade já sabe onde ir Sábado à noite eu vi ele na seresta Todo engomadinho, parecia tá com pressa Do outro lado dois maluco num gol De repente um dos maluco apontou Quando do nada apareceu uma viatura Os maluco do gol saíram pra outra rua Sumiram, talvez com medo da viatura Ou eu tô imaginando coisa, que loucura Olhei no relógio, já são quase onze horas Já tá ficando tarde, tenho que ir embora No outro dia acordei tava tudo tranquilo Bati de frente com o pilantra que jávinha sorrindo Me cumprimentou eu respondi com um sinal Olhei bem na cara dele parecia ta mau Apesar do sorriso percebi uma angustia Ouvi vários tiros quando ele dobrou a rua Devagarinho fui chegando no local Era a policia algemando um marginal Que reagil e trocou tiros com um policial Nem me aproximei isso aqui e normal A noite foi chegando me preparei pra sair Mais to sozinho não sei pra onde ir Não tô a fim de beber vou dar uma volta na rua De repente muita gente numa rua escura Varias motos da policia me aproximei Chamei logo um guri e perguntei E ai moleque? Vem ca, o que aconteceu? Mataram Reginaldo ele me respondeu Me deu um gelo cheguei perto pra ver Sabia cedo ou tarde aquilo ia acontecer Dois tiros na boca e um na barriga Era o fim do vacilão naquele dia chovia No seu enterro ia só sua familia Quando passou na rua muita gente ria Tem maluco que procura sarna pra se cosar Sabendo que a malandragem não vai perdoar