Estrada funda barranco de lado à lado Que no passado foi a nossa rodovia Não tinha guarda nem guarita e nem pedágio Era a passagem do povo no dia à dia Não tinha faixa e não tinha acostamento Tinha poeira, areões e atoleiro Tinha as triagens das rodas do velho carro Berro dos Bois e grito dos boiadeiros Meu pai contava que o pai dele o meu avô Também passou por esse velho estradão Com o seu carro carregado de alimento Os mantimentos sal, arroz, milho e feijão Sua boiada era baia apareada Bem amansada desde o tronco até a guia Três bois famoso que o vovô sempre falava Era o Amoroso o Semblante e o Fantasia Estrada funda estou falando de você Abandonada só buraco hoje tem Fecho os meus olhos e volto no passado Vejo os carreiros papai e o vovô também Agora velho cruzando por essa estrada Nós dois sozinhos não servimos pra ninguém Mais me conformo com o capricho do destino São essas coisas que a própria vida tem