Ah! Este amor que eu jurei, Que eu tinha mandado embora. Vira e mexe, ele volta, me visita, Me assombra, me cobra, e revolta. Me revira na cama, me rola De lado, de frente, de ponta e de costas. Me envolve, me caça, me explora, Me sacode, me invade, me acossa, castiga, me acorda. E ainda exige de mim, cara à cara: A saudade e a memória. Ah! Este amor que eu pensei, Que era flor que secou bem outrora. É espinho que aperta, dor de mágoa, que aponta, arrebenta e devora. Bala perdida, que me assalta, me desnuda, Me desencarna, assola e viola. Minha pele, minha paz, minha calma, Minhas perdas, meus danos, minh´alma, Arromba minha porta. E ainda exige de mim, cara à cara: A amizade e a vitória. Ah! Este amor que eu imaginei Nunca mais fazer parte da história. É o futebol sem a bola, a roupa que saiu de moda, O fantasma da ópera. Treme o meu coração, minha casa. E no chão da cidade espalha um rastilho de pólvora. Me incendeia, me explode e me mata. E ainda exige de mim, cara à cara: A eternidade e a glória.