Tava lá parado No meio do povo assim Tão só e sossegado No trânsito O buzão lotado E nem um pouco afim De gravata, sapato No trânsito Carregando a fornada boiada humana Desesperadamente de repente Partiu E flanou sobre o bairro alto Dos arranha-céus, o zumbido do asfalto Ruidoso, esconde a garoa Um choro triste da sua garota Vai, vai, vai descer, vai Vai, vai, vai descer Vai, vai, vai descer, vai Vai descer na Consolação Tava lá abalado Numa rota sem fim Meio desencontrado No trânsito Pense no seu lado Não tão mal assim Cada um com seu fardo No trânsito Mergulhou dentro da poesia Sonhos e versos, onde ela estaria? Numa esquina, no próximo ponto? Deu o sinal, ele já está pronto Vai, vai, vai descer, vai Vai, vai, vai descer Vai, vai, vai descer, vai E desceu na Consolação Na Consolação Um pouco fora de si Mas com muito chão Sem trânsito Pode esbarrar no não Mas procura um sim Quer uma paixão Sem trânsito As formigas trabalham, evitando o inverno Mas esta é a estação Terminal Partiu Vai, vai, vai descer, vai Vai, vai, vai descer Vai, vai, vai descer, vai Vai descer na Consolação