A coisa mió do mundo Pra um peão que tem gosto É um macho bem arriado Ligeiro e bem disposto E um chapéu de aba larga Lenço xadrez no pescoço E buscá boiada braba No estado de Mato Grosso Eu tenho meu macho baio Que só me fartá falá Está arriado a capricho Pra hora de viajá Quem tem um baio como este Só tem uma coisa a pensá É jogá o laço nas guampa E deixá o macho tenteá Quando eu aperto a barbela Do meu chapéu mexicano O meu baio já percebe Que a hora está chegando E dá três sarto pra cima E já sai galopeando Não há baguá que escape Destes cascos leviano Conheço Ponta Porã Bela Vista e Murtinho Conheço todas as fronteira Por onde eu andei sozinho Já dancei no Paraguai Que é nosso país vizinho Lá conheci uma morena Que me tratou com carinho Quando eu parti de Murtinho O macho saiu suspirando Pra fazê me dá saudade De alguém que foi ficando Uma linda paraguaia No rancho tava chorando O baio adivinhou Que meu bem ia ficando Mas o baio me obedece E dalí saiu marchando O meu lenço de xadrez Já tinha as ponta abanando Tirei o trinta da cinta Saiu da capa estourando Alembrei de uma paulista Que estava me esperando