Dizem que violeiro é prosa E gosta de se gabá Como eu também sou violeiro Vou segui meu naturá Tando com meu companheiro Eu canto em quarqué lugá Só passemo apertado Pra cantá na capitá Embarquemo pra São Paulo Numa noite de luá Apiemo lá na Luz Por ser a estação finá Fiquemo na plataforma Sem ter aonde morá Subimo uma escadaria E sentemo pra descansá Saímo então pra cidade Com a viola no emborná Fomo procurá um hotér Pra mode pode posá O Nhô Fio viu um grilo Garrô a querê chorá Já pensei que a nossa cama Ia sê lá na Centrá No outro dia bem cedo Antes do sór esquentá Fomo na estação de rádio Combinemo pra rateá Nós cheguemo envergonhado Fomo entrando devagá O assoáio tava encerado E já garremo a escorregá Na hora da radiação Já comecemo a suá Entremo lá pro estúdio Sem podê nem respirá Oiemo pro auditório Tava cheio de pessoá Nós demo graças à Deus Por ter cantado sem errá Fomo então na gravação Pro nosso disco gravá Vimo lá tanta engrenage Tivemo que especulá Achemo muito engraçado O jeito de funcioná Gravemo umas moda nova Isso foi pra começá