Vieram da noite dos tempos Com a vontade esculpida a ferro e fogo Abrir estradas, espalhar caminhos Foi um destino palmilhado com fervor Se assentaram como aves em rodeios E cada qual foi conquistando o seu quinhão Pra demarcar os limites das fronteiras Uniram línguas e costumes num só chão Assim se canta na fronteira Pra relembrar os primeiros que chegaram Pois foi a fé de senhores ancestrais Que pôs os marcos nesta terra que legaram Jazem nos de dias de hoje Entre vitórias e derrotas vão vivendo A vida é um jogo onde os fortes dão as cartas Do dia a dia tiram forças pra crescer Ao construir uma pátria de gigantes Mesclaram raças neste solo brasileiro São todos filhos de um sonho americano Que só os nomes têm sotaque estrangeiro Assim se canta na fronteira O canto agreste desta gente nesta terra Os vários sons que se ouvem nestas vozes Trazem acordes de hinos contra a guerra Voem nas asas de um canto Que se reúnam os cantadores do amanhã Na liberdade de seus versos sem porteiras Clareando a noite de mensagens de amor Que esses poetas de ideias reluzentes Possam fazer a travessia do futuro E ao se encontrarem em um palco iluminado Repitam gritos que derrubem outros muros Assim se canta na fronteira de toda parte As canções, em festival E as palavras saem soltas, voam livres São como rezas arrancadas de um missal