Acordou de ovo virado Liso na maior ressaca Nem banho sequer tomou Pegou o ônibus errado Deu o sinal: Para, motora! Discutiu com o condutor Qualé o problema, meu irmão? Viu que era feriado, que tava no bairro errado Todo errado, ele voltou! Acendeu o leriado pro coletivo errado Não acendeu, apagou! Enfiou as mão nos bolso Os bolso tava furado Ele então se aperreou Sem nenhum tostão é osso Sem nenhum tostão furado Foi queixar o trocador Tentou pular a roleta Rasgou o fundo das calça Lascou-se no corredor Viu que a coisa ficou preta E nesse passa e não passa Caiu no chão, se estrepou Caiu numa poça d’água Molhou a mulher de um cabo Em frente à delegacia Melou a saia anágua Sujou-a de cabo a rabo Pense numa baixaria A mulher ia dar queixa De um cara num lotação Que tava pinando nela Opa, riba! Não se mexa! Disse o cabo Bastião Que tava de sentinela Que coincidência medonha Era ele o safado que tava pinando em mim Entra logo, sem vergonha! Ordenou-lhe o delegado: -oh tapa ôi do fucinho! -Ah motorista viado, foi o freio seu delegado Foi porque eu quis, não! Acordou de ovo virado Me solte seu delegado, eu não pinei nela, não! Doutor delegado! Eu não pinei nela, não!