Não me pede pra ficar quando eu sei que o que você mais deseja é se livrar de mim. Descartável compaixão. Sua droga particular. E é tão romântico fingir não ver que eu não sou mais que outro vício qualquer em que você pendura os ossos pra ter outra noite pra viver e esquecer. Escuto tuas promessas... Me paga um drink... Tudo bem. Eu me vendo pra você. Bizarra forma de prazer, fingir estar apaixonado enfim. Glamour, beijo, solidão, roleta russa de paixão. Você enfia os teus dados em mim pra ver se eu te ajudo a esquecer que em todas as tuas apostas o fim é sempre o mesmo. Te carrego pra casa, você jura que nunca mais... é sempre assim... Eu desligo a tv mas meu abraço quer você. Quem diria eu viciado assim nesse filme infeliz em que sangrar pelo nariz e esquecer faz Dr. Jeckyll sorrir. Tão moderno... suicídio por exaustão. Cospe tuas mágoas em minha língua outra vez que te observo consumir meu orgulho e me permito ser assim.