Deu a luz em um carro de praça pobre criatura Estava em trabalho de parto, aquela mulher Nasceu a criança que Deus colocou nesse mundo A natureza determina o seu tempo Maria das Dores tua sina foi ser mãe solteira De homens que nuca lhe derem o real valor Na hora do amor se entregava como uma rameira Não tinha pudor, se lambuzava inteira Assustada pedia socorro e todos partiam Pois tinham temor em se apaixonar Por uma mulher tão madura Então me entreguei a você E você declarou pra mim Que homem nenhum nesse mundo lhe teria mais Registrei a criança e dei meu sobrenome Pois não sou homem de meias palavras De dia trabalho na praça A noite quero estar contigo Ela tem o meu carinho e o seu abrigo