Vamos como sombras atormentadas Pelos fornos das angustias Lembro hoje não sou nada Sou como meu barco vagabundo Que parou acorrentado Amarrado ao cais profundo Também amarrado ao meu passado Como um barco abandonado E sinto na carne estas amarras Como ganchos como garras Choro aqueles dias Que jamais mais hão de voltar Lembro a tua boca que jamais hei de beijar Sou como meu barco vagabundo Que amarrado ao cais profundo Há de ficar Aqueles beijos que eu perdi Quando senti uma cilada Por um tormento que supõe Ao turbilhões já não sou nada Só sei dizer que caí Que penei que rolei Ao abismo de um fracasso Sei que seu péssimo amor A zombar da minha dor Me persegui passo a passo Hoje que sei que não virás Fato sem fé Por este porto Quero partir quero fugir Mas estou morto Porque viver sem teu amor Não é viver mas sim morrer Ambos como sombras atormentadas Pelo forno das angustias Lembro que não sou nada Sou como meu barco vagabundo Que parou acorrentado Amarrado ao cais profundo Também amarrado ao meu passado Como um barco abandonado E sinto na carne estas amarras Como gancho como garra Choro aqueles dias Que nunca mais hão de voltar Lembro a tua boca Que nunca mais hei de beijar Sou como meu barco vagabundo Que amarrado ao cais profundo Há de ficar