Quando o dia amanhecia, na folhinha era domingo Encilhava o meu pingo veja só o que eu fazia Corria a espora na anca, era casco que tinia Eu saía no galope às vezes no trote a estrada rompia Meu arreio prateado, no balanço retinía De longe se conhecia o peão gaúcho do chapéu tapeado Lenço de seda vermelho, um par de bota macia O meu pala de cetim, botão de marfim que até reluzia Na estância São João, na janela me esperava A donzela que eu amava prenda linda do meu coração Meu cavalo já sabia, toda a minha intenção Encostava na janela e a morena bela me apertava a mão Na garupa com cuidado a morena se sentava Pra cidade eu rumava galopando com meu bem amado Aquilo que era vida, sempre vivendo folgado Pra dizer bem a verdade eu sinto saudades do tempo passado