Milonga toda proseada, moldada pra o meu rebanho Me tira uns troços do olhos que eu posso cantar chorando Milonga solta das patas, repara como eu te levo Compreenda as coisas que escrevo nos ventos do teu inverno Milonga me dá um aparte, o mate deixa que eu faço Na vida dos teus arreios o freio põe no cavalo Não falta lenha para o fogo nem gosto que te censure O campo é nossa família ainda que eu não procure Ai! Milonga que de mim não sai Milongueiro vai pelos teus acordes Refazendo o lote, e se for a trote Milonga, milonguita pega o meu violão! Milonga boa de alma a charla tá como eu gosto Na baia de alguns matungos o mundo que enterre os ossos Milonga pó de poesia, um dia ensaco os gatos E toco toda a ninhada nas brasas do meu assado!