Na cidade de Barretos Terra de peão afamado Que monta em burro brabo Seja lá de quarqué lado Tinha um rico fazendeiro Prepotente e orgulhoso Que tinha um burro preto Por nome de Criminoso Era um burrão arisco Mais ligeiro que trovão Com idade de três anos Tinha matado um peão Este rico fazendeiro Era um homem vaidoso Dava a filha de presente A quem domasse o Criminoso Quando foi o mês de agosto Na festa do boiadeiro Acabou a fama do burro E o orgulho do fazendeiro Ali chegou um peão Por nome de Zé Gaúcho Bombacha de puro linho E a bota feita de luxo Chegou o burro no palanque Que depressa refugou Orelhou e pôs o cabresto E em pelo ele montou Pulou uma hora e meia De cansado ele parou E no seu lombo suado O peão lhe amansou Ele disse ao fazendeiro Eu só falo com razão Não aposte sua filha É falta de educação Eu só faço o que é certo E aquilo que convém Só levo a moça embora Se eu levar o burrão também Só levo a moça embora Se eu levar o burrão também