Cada um nascer já traz pronta sua sorte A vida é um jogo marcado Só sobrevive o mais forte Na terra que tudo reluz Brilho de tolo Várias placas de alumínio Achando que é ouro Sigo o caminho em pé Essa é minha sina Cada um também tem sua fé Na parafal ou na parafina Quanto sobem o morro contentes tirando lazer Favela não é spá Aqui é correr ou correr Buscando as Silenes do lado de lá Não vamos servir sua mesa nossas cocadas, podemos pagar A janta e a sobremesa Pai bêbado eu equilibrista, Filhos do bar Doando suor e swing Só parando pra respirar Demônios de terno, lutar é essência Brasil, seu pão e seu circo com um palhaço na presidência Se a sorte bater na tua porta O mundo tem pressa É tempo de secar as lágrimas e não morrer por promessas Nada me para Não deixo a vida passa Eu sonho alto E nada vai me parar Quero meu dízimo Eu sinto maldade no olhar Nos deram o mínimo É hora de vim cobra Pelas janelas eu sigo vendo, a vida passar Seja da casa, no campo ou na quadra, ou presa na tela do meu celular Na humildade procurando espaço pra não sufocar Tempo entre a força e minha verdade acumulo conquistas pro jogo vir Viver não é fácil e o mundo cheio de frestas Pra quem deixa a cabeça vazia vira oficina de quem presta Eu vivo a rua eu tô na rua e tudo que nela me reste Abaixo do ecoador o sul da dor E essa cidade que adoece Idolatrando estrelas Sinto até dó Embaixo da roupa de marca Só tem brilho e pó Meu povo morrendo sem ar Esta no beco sem saída Tô na missão vou até terminar Buscando herança de vida Nada me para Não deixo a vida passar Eu sonho alto E nada vai me parar Quero meu dízimo Eu sinto maldade no olhar Nos deram o mínimo É hora de vim cobrar