Acorrentados Eu vi lá no Ipiranga um povo pobre marginalizado Pátria ferrada Brasil Um país afundado pelo Estado Me perguntaram qual é a razão De ver muitos pretos no buraco Sinceridade machuca Escravidão que nos deixou totalmente atrasados 13 de maio de 1888 Nosso povo liberto no jogo Mas o governo nos acorrentaram de novo Inventando falsos privilégios para o povo Trazendo a grande miséria E com isso foi criado morros O passado que condena E ordena o sofrimento de novo O passado que me fez enxergar Que eu tenho que ser o melhor Para mostrar que posso ser um crioulo vitorioso E ninguém não vai me parar Mas eu vou te falar Sei que não é fácil Sempre tentar atrasar Nos deixando de lado Povo indígena sabe o que digo Quero saber porque eles são tão excluídos Não tem como negar isso tá escrito Essas coisas revoltam qualquer indivíduo Que tem o total conhecimento Que o Brasil é dos indígenas não é mesmo Eu só não digo o que penso São as estatísticas que estão dizendo E com isso eu compreendo Pois olho as ruas e tudo vai batendo País colonial de cabeça pra baixo Assassinos em massa, pobres indo pro tráfico Achando uma saída que não vai ficar barato Cada um colhe o que planta O recado tá dado, tudo desregulado País tá acabado, situação difícil é Ver jovens desempregados Embriagados, viciados Escolhendo essa vida das drogas porque é barato E o governo cria os escravos debilitados Vou te falar meu rap é pessoas de bem Que sempre tem a esperança de futuro melhor Que luta contra as desigualdades E sempre tá trampando Pra trazer aos seus filhos uma vida melhor Eu sei que é difícil, pois desde o princípio Nesse país eles sempre vão dificultar tudo Desviando a nota preta Que daria pra um pobre Por um feijão com arroz na mesa Mando essa rima com tristeza e clareza Eu nunca vou ser rei porém eu trago a realeza Como é sofrido enxergar a pobreza E saber que você pode sair E voltar numa caixa com velas acesas Um país dominado por corrupcão Só desviando o dinheiro do povão Aí você fica com medo do ladrão Mas ao mesmo tempo disseram Que os homens atiraram no seu irmão Quem tá certo quem tá errado Eu já não sei, Esse país tá um baralho As cartas são jogadas para o alto E quem for pobre vai pagar o pato Isso é fato somos todos iguais Ao mesmo tempo pelos grandes Somos vistos como pobres marginais Ligo a TV vejo jornais Vejo comunidades chorando pedindo Justiça e paz Meu passado foi embora com minha ancestralidade Não queremos vingança, somente igualdade 13 de maio de 1888, escravidão não acabou Ela enraizou com a desigualdade Aniquilando, matando a pobre sociedade