Podia ser o que eu quisesse Ninguém me impedia de ser Às vezes, o corpo enaltece Coisas que a mente não pode ter E deixa-se levar para longe Por estradas fora de alcatrão E quando não tens para onde ir E ninguém para te dar a mão Quando eu vi O que sou Este homem sem direcção Eu fugi Do meu corpo E a cabeça dorme no chão Quando eu vi o que sou Se máquina do tempo houvesse E me levasse até lá atrás Este corpo que não obedece Tivesse forças para recomeçar Quantas vidas deitei fora O cimento não chora Em cima é tudo céu Inferno, o meu corpo adora Esqueceu onde mora Deito o ouvido no chão para ouvir a banda sonora Quando eu vi O que sou Este homem sem direcção Eu fugi Do meu corpo E a cabeça dorme no chão Quando eu vi o que sou Ando o corpo anda a fugir há bués Ando com o corpo já dorido há bués Mas nunca dei barra. Vontade sempre tive, boy Sempre tive garra, ah, isso bués Mas qual motivo? Para quê o desgaste? Eu ‘tou agora no Espelho e câ dê o gajo? Eu ‘tou agora no meio do azar, do meio da sorte e no meio da morte para com sete cacos ou sete azares É só casares, é só viveres, é só tentares, é só dizeres está tudo bem quando não ‘tá E quando tá, tás só e quando vês que foram só prazeres Tanto faz O que é que importa? Ninguém se importa Se alguém se corta é porque tem de ser Ninguém aborta, ninguém diz 'corta' Porque os espelhos são assim, boy Partem sempre Quando eu vi O que sou Ninguém aborta. Ninguém diz 'corta' Porque os espelhos são assim, boy Partem sempre Quando eu vi O que sou Ninguém aborta. Ninguém diz 'corta' Porque os espelhos são assim, boy Partem sempre Quando eu vi O que sou Este homem sem direcção Eu fugi Do meu corpo E a cabeça dorme no chão Quando eu vi o que sou Quando eu vi O que sou Este homem sem direcção Eu fugi Do meu corpo E a cabeça dorme no chão Quando eu vi o que sou Quando eu vi O que sou