Sopra o vento Pela estrada Bomo bala Ferindo quem nunca tem nada Sou moleque,sou menino Estou vivendo sabendo que corro perigo Eu não tenho mãe Nem pai,nem irmão Sou feito da madeira dura Sou trabalhador Tenho calo nas mãos E a minha parada é pura Rú Quem é que não viu? O pobre coitado jogado no chão do Brasil Rua Quem é que não viu? O pobre coitado jogado no chão do Brasil Mais um trabalhador na lida Eu sou brasileiro tentando ganha meu dinheiro Não sou herdeiro nem maloqueiro mais to inteiro Sobrevivendo na selva de pedra de janeiro a janeiro Cabeça erguida não dobro o joelho Só se for para seu Jorge meu santo padroeiro Em meio escuridão do mal A fé é a luz que me guia Que me faz acreditar que o amanhã é outro dia Realidade nua e crua Água mole em pedra dura Tanto bate até que fura Rú Quem é que não viu O pobre coitado jogado no chão do Brasil Rua Quem é que não viu O pobre coitado jogado no chão do Brasil O brasileiro que trabalha o ano inteiro e nunca tem dinheito Quem é que não viu? Um tanto de gente inocente na prisão Quem é que não viu Fogo no busão medo na população Quem é que não viu?