[Angela Davis] On the other hand Because of the way the society is organized Because of the violence that exists on the surface everywhere You have to expect that there are going to be such explosions You have to expect things like that as reactions [Sistah Chilli] E nem dobrada sua cartela passa pela minha guela Cê nem sabe que na minha veia tem sangue de Teresa Benguela Pra nós é muita treta ver uma preta contra outra preta Destruindo nossa luta, um branco inventa e ceis aceita?! E parda é uma porra, respeita a minha história! Fiscal de melanina, nem vem que não faz glória Rainhas coroadas de corpo e mente blindada Exu guia minha estrada, por Dandara abençoada Da sua língua amaldiçoada, eu sigo forte e imune Respeita a minha trilha, herdeira de Aqualtune Me rotulam todo tempo: Ei, de que cor é você? Sai da cola do meu sangue e vai cobrar os WP Sistah Chilli é bruta e brava, não me abafa ou vai ter Rola bosta de Internet nóis frita é no dendê Militância fajuta de internet ou de TV Que desmerece meu passado sem saber meu proceder [Danna Lisboa] Nesse mundo há quem só assista Outros disseminam os planos dos fascistas Sabe que a meta deles é criar mais um discurso pra você virar estatística Na mira da polícia Se não há forma de tomarmos a política Então tornamos essas peles mistas Hereditária as maneiras de criarem vítimas Na mira da polícia A culpa não é de quem é preto ou de pele mais parda A branquitude é que torna a labuta bruta e falha Tá cego com ego então segue o rebanho E não quem tá na batalha Fica botando fogo em palha, criando novas muralhas Façamos novos quilombos, não novelas de velhas senzalas Fica botando fogo em palha, criando novas muralhas Façamos novos quilombos, não novelas de velhas senzalas Mazelas, choros e velas, somos todos sequelas Não pensamos, não sonhamos como Nelson Mandela Sonhou um dia em que todos se levantarão e compreenderão Que somos feito pra vivermos como irmãos Será que a luta foi em vão? Mazelas, choros e velas, somos todos sequelas Não pensamos, não sonhamos como Nelson Mandela [Bia Doxum] Quem me viu naquela estrada? Me diz, quem me viu naquela encruzilhada? Quando não era moda ser preta de quebrada Quer julgar minha história, não sabe minha caminhada Na mira da espingarda de algum escravocrata Sei que não fui aceita, fui tolerada Me camuflava nos teus espaços Alisando o cacho Fiz mó embaraço Na angústia do passo Que não encontrava par no salão Tem dia que ainda tô sozinha naquele salão Mas não tem dia que me falte o pé no chão Pra me fazer solitude nessa solidão Nesse chão me firmei, deixei a gira girar Quando o cabelo eu armei Vi branquin com as mão pro ar Tem quem quer dividir, mas vim multiplicar Todo ouro pra mulher preta Tem quem quer dividir, mas vim multiplicar Todo ouro pra mulher preta Tem quem quer dividir, mas vim multiplicar Todo ouro pra nóis Todo ouro pra nóis [Anarka] Me refaço a cada passo, desfaço nó e crio laço Ao embaraço do meu black, mic in check, faço as track No boombap ou trap, é o rap independente do CEP! Nóis se fortalece e pé de breque não se cresce Que as mina preta é mó treta, acima de festa de carnaval Eu nem manjo sambar, é só rodo nos puto e 155 nos boy Com a Donato nos bate, não fujo do embate Moscou, é xeque-mate Observa o contraste, diversidade de tom Não tá bom? Foda-se, não pedi sua opinião Enfia no cu sua religião Axé pras mana e pros irmão Minha cultura não cabe na sua compreensão Em mim, se tocar perde a mão Projeto Preto em ação, além da expressão É auto-afirmação de vida a cada batida O beat é atabaque, traz o conhaque, salve ao santo! As quizila eu espanto, minhas prece vem em canto Caio, levanto, me adianto! Respeite, portanto! Pra cada referência morta, nasce um gueto incendiário Subvertendo estereótipo e sendo preto visionário Cê tenta apagar, mas nossa história tá no sangue Os ancestral ilumina e faz com que os caminho deslanche [Dory de Oliveira] Disse que não curte rap de mina e que nenhuma presta Vou me trancar no quarto, chorar Rasgar minhas rimas, é o que me resta Tá cheio de bandidão, Nelson Rubens de Internet Sua mãe trocando suas fraldas Eu nas ruas fazendo rap Xiu, baixa a guarda, moleque Respeita quem abriu os caminhos, fez história Eu já rimei com os mais foda da leste, e agora Tá tendo até fã de fascista nessa porra Se nóis não fizer a limpeza, vira purgueiro, uma zorra Nunca passou veneno na madrugada sereno Revolucionária de triplex é a nova moda, vai veno Hoje em dia é fácil dizer que esse som é a sua raiz Tá chovendo Sinhá fazendo rap Nem sabe o que diz (é foda!) Vim da legião das preta raiz Não aquelas que só é quando condiz Tá facin' falar que tava lá Mas nunca fui de trombar Nas ruas de terra, nos palco de madeira Respeita o terreiro, a herança inteira Preta de quebrada é Maria Eduarda É Cláudia arrastada Luana que teve sua vida arrancada por nada É o levante de quem cansou de ser tirada Minhas palavras são cortes de espada afiada Voltei, tipo refazenda Refazendo tudo Deixo minha rima de oferenda Voz, microfone de escudo Vim pra afrontar Continuar a história, entenda Prometi que vou fazer meu nome virar lenda Mulher negra brasileira Mulher de atitude, vou driblando o preconceito Tenho fama de neguinha barraqueira Ser preto agora é moda, aplaudem e acham que é [?] [Cris SNJ] Descem escadas depois sobem ladeiras Cruzam fronteiras entre bairros, ignoram as trincheiras Sobrevivência acham várias maneiras Sinal da cruz e atravessam a estrada de várias maneiras Maloqueiras enfrentam diversas barreiras A cor da pele influi, com isso ouve besteiras Do tipo neguinha, fedida, vulgo barraqueira Mas o barraco é que defende aqui a nossa bandeira Cultural, social, ancestral, musical Na luta que as pretas fazem sua carreira Descem a madeira pra viver no estado racional Não queremos gorjeta, vamos autodidatas Damos nó em pingo d'água, não vai mamar na teta Somos a treta Homens psicopatas ficam em choque quando trombam uma psicopreta Psicopreta Todo ouro pra nós Rainhas coroadas Resistance in the classrooms Resistance on the job Resistance in our art and in our music This is just the beginning And in the words of the inimitable Ella Baker We who believe in freedom cannot rest until it comes