Raiz, matriz da inspiração Fonte da força que move A nossa paixão Vem meu bom Os poemas estão vivos A raiz é forte E o fruto é mais nocivo Vem pro sereno sentir o veneno Madrugada pra compor Essa porra mesmo Somos nós que fazemos Nós que movemos Sentidos à sentir O dom que nós temos Quer ser independente Mas tem que saber primeiro Que fazer um som em casa Não é fazer um som caseiro Eu tenho tudo que eu preciso Tô na fome sai da frente Aprendi que o independente Depende de muita gente É raiz, é povão, é a febre, é o som Manifestação! Cultura marginal! Eu vou sentar a mão! Firme na jogada Vocês vão entender que o segredo é a pegada Neto de dona ceição pede a benção Quero ver quem vai me regular Quem cês são? Confio no justo E boto fé no que eu crio Não dou trela pros pela Por quê o neurônio tá sadio Fui buscar na raiz E vi Tanta coisa pra te mostrar Se você também beber da fonte Sei que vai ver, na raiz Achei o meu lugar, laiá laiá Raiz fortalecida se cair levanta O importante é a cabeça tá erguida Preto com pegada, enraizado Aglomerado, preparado pra virada De favela eu sou cria e tô ligado, Que misturado não é sinônimo de mesmo lado. Tomo cuidado e tô sempre ligeiro Pra não sumir que nem o amarildo, pedreiro! Do pelotão que vai sou o soldado que fica A voz se multiplica ao som da cuíca. É bom ter o pé no chão, cara de vilão, Ser chamado de monstrão e ser considerado o pica Só com muita raiz, saravah! Pra conectar ancestralidade de matriz africana Que se manifesta quando toca Musica africana com sotaque carioca. M- v -b- I -l- l, preto na mente, na roupa e na pele Com tatuagem, carne e osso, patente alta, vida longa Bigode grosso! Fui buscar na raiz E vi Tanta coisa pra te mostrar Se você também beber da fonte Sei que vai ver, na raiz Achei o meu lugar, laiá laiá