Eu vago pela noite e penso que afinal Pra quem saiu do zero eu nem estou tão mal Não devo nada nem tampouco peço muito Só coleciono amor, que é nobre e gratuito Nas ruas sombrias deste sanatório hostil Recordo tanta gente boa que partiu Seus rostos dançam como fragmentos Vão-se os risos loucos, ficam bons momentos E assim vou tocando E assim vou levando Nesse vagão O meu destino é sempre a próxima estação E eu abro um outro vinho, mas vou devagar Deixo meus sentidos me mostrarem um lugar Em que o belo vale muito mais que o lauto E o bruto nunca se aproveita do incauto (Precisa tanto pra sorrir) (Basta um trem para chorar)