Criança adulta, inocência corrompida Não há liberdade numa vida bandida Correndo pelas ruas com um ferro na mão Mergulhados sem escolha na trilhada perdição Olhos negros, abismos de dor Para quem nunca provou o amor Lágrimas de sangue chora o paraíso Sua justiça fará o anjo caído Ele ainda é muito jovem para votar Mas muitos já derrubou Pois já sabe atirar Matando quem sua juventude usurpou A legião de mortos vivos espreita na neblina No fogo do revólver vivem suas não-vidas Os filhos da miséria... haverão de se vingar A guerra civil corre no submundo Eles sobrevivem nesse universo obscuro No mundo oculto que você não pode ver Mas o conflito existe e está perto de você Seja numa sinaleira ou mesmo na esquina Matar para viver, essa é a sua sina Observam os flamejantes olhos negros Mais uma vez a calçada será tingida de vermelho O reflexo da morte num olhar angustiado Em cada bala disparada nosso egoísmo espelhado A lei da selva foi ensinado a respeitar Vencer ou perder, morrer ou matar A legião de mortos vivos espreita na neblina No fogo do revólver vivem suas não-vidas Os filhos da miséria... haverão de se vingar