Hoje eu tenho na lembrança No fundo do coração O senhor Zé Tropeiro Meu grande amigo e patrão Ele gostava de todo mundo E também era estimado Pra tocar viola e cantá No sertão foi respeitado Um dia nós ia indo Tocando uma mulada Cansado de viajá Pela estrada empoeirada Cheguemo numa igrejinha Numa véia encruzilhada Era noite de São João Numa festa animada Ali nós soltamos a tropa E começamos a festejá A desgraça nessa hora Veio pra nós separá) Nós entremo numa barraca E sentemo lá de um lado Logo veio uma sertaneja Para nós fazendo agrado Pediu pra cantar um verso No estilo recortado Zé Tropeiro afinou a viola Nós cantemo duetado Cantemo verso bonito Que por nós foi inventado Ela disse pro Zé Tropeiro Vancês é cabra viajado Que hoje veio alegrar Um coração magoado Que vive aqui nesses canto Muito triste abandonado Tinha lá um caboclo mau Que era seu namorado Ele chamou o Zé Tropeiro E disse assim declarado Vancê não é boa gente É homem desaforado E deu nele cinco tiro Matou o pobre coitado Lá ainda existe uma cruz Fincada naquele chão Quando chega mês de junho Na noite de São João Ajoelho junto dela E faço minha oração Ofereço ao Zé Tropeiro Que não sai do meu coração