A ventania derrubou meu barracão Fiquei sem morada Estou com a vida atrapalhada Durmo no sereno, acabo morrendo e ninguém tem dó de mim Pois eu não sou tão feio assim Antigamente eu tinha tudo que queria sem pegar no pesado Andava sempre endinheirado Mas a coisa mudou, a morena se pirou e eu fiquei arruinado Quando eu me lembro daqueles tempos que eu anda alinhado Eu fico até apaixonado Lenço no pescoço, charumbuto na boca, chapenguel desabado Eu era mesmo respeitado Calça listada, chinelo charlot, violão afinado E a morena a meu lado Que me obedecia E vinha todo dia me trazer uns trocados É.. mas agora ... eu sou forçado a fazer cara dura Pra defender o da gordura Se for preciso a foice e o machado sou capaz de pegar Só pra poder me endireitar Só existe uma ferramenta pra me intimidar E que ninguém me faz pegar É a tal da enxada, porque tá sempre inchada e nunca chega a madurar E ainda vai me enterrar no cemitério do Irajá Eu tenho medo e não vou lá...(eu tenho mêdo é do cabo)