Me chamam de baita galo a minha voz eu levanto Na verdade quando canto sempre tenho muita sorte Sou brisa de vento norte, sou a brisa, sou afago Em defesa do meu pago sou galo que canta forte. Sou herança do passado, sou futuro, sou presente Sou filho de boa gente, simples modesto sem luxo Sou a arma, bala e cartucho, sou fruto de boa planta Sou mais um galo que canta no meu terreiro sem luxo. Sou cambona de tropeiro sempre amada nos tentos Sou carreta no relento, sou tudo isto que falo Sou relincho de cavalo, sou carreira em cancha reta Sou verso de um bom poeta, sou cantiga de galo. Sou grito do quer-quero, sou touro que berra bem cedo Também nunca tive medo de cobra que bate o guizo Faço verso de improviso, sou pua que corta fundo Em qualquer parte do mundo sou galo se for preciso.