Me dão licença que hoje eu to bem faceiro Peguei a gaita pra cantar pra minha gente Sou repentista, sou cantador e gaiteiro A onde eu chego sempre alegro o ambiente E até nem gosto desses toques diferente Por ser gaúcho eu falo tudo que posso Só canto aquilo que é nosso do tempo de antigamente. Um dia desses fui numa festa gaúcha Mas eu confesso que achei muito esquisito Tinha um conjunto que pra mim é pura bucha Era uma zoeira e pulavam que nem cabrito O meu Rio Grande pra sua historia me puxa Nossos poetas são de alto gabarito E quem respeita a tradição do passado Eu sei que estão do meu lado e não deixam eu pelear solito. Algum ginte que domava na fazenda Usa brinquinho e se esqueceu da espora Mulher bonita trocou o vestido de renda Por mini-saia e corpo quase de fora. Num CTG cheguei lá não tinha prenda Diz que era baile e eu não fiquei meia hora Não tinha gaita e no lugar do gaiteiro Tinha um bando roqueiro, embrabeci e fui embora. Rock, pagode brinquinho e pele tatuada Pra juventude até faz parte da cultura Mas um coroa com orelha furada Sinceramente eu acho que é uma frescura. Sou um artista que defendo a gauchada Sou do rio Grande poeta de alma pura Ando pilchado e ato lenço no pescoço Mas a orelha desse grosso nem bala ninguém fura.