Lábios que beijei Mãos que afaguei Numa noite de luar, assim, O mar na solidão bramia E o vento a soluçar pedia Que fosses sincera para mim... Nada tu ouviste E logo que partiste Para os braços de outro amor Eu fiquei chorando Minha mágoa cantando Sou estátua perenal da dor Passo os dias soluçando com meu pinho Carpindo a minha dor, sozinho Sem esperanças de vê-la jamais Deus, tem compaixão deste infeliz Porque sofrer assim? Compadecei-vos dos meus ais Tua imagem permanece imaculada Em minha retina cansada De chorar por teu amor Lábios que beijei Mãos que afaguei Volta, dá lenitivo à minha dor