Não vou me embora Nem que meu patrão me mande Só depois da hora grande Eu vou subir! Dizia o moço vestido de branco Se dizendo pai de santo No terreiro do seu Tiriri No terreiro do seu Tiriri Se errar o coro come Tiriri levou o homem Lá pro fundo do quintal Apanhou uma garrafa de marafo Misturou com azeite de dendê Um pedaço de fumo e pimenta Botou na panela pra ferver E mandou o crioulo ajoelhar E beber tudo aquilo de uma vez Disse: Nego, tu vai me pagar A vergonha que me fez! Tiriri deu gargalhada Olhou pro clarão da Lua e disse Moleque, tu vai aprender Respeitar povo de rua! Quem quiser rabo-de-saia Vai buscar noutro lugar No terreiro da Vovó Esse nego não vai se criar Quando uma moça balança O nego avança e vai segurar Mas se for perna-de-calça Ele nem sai do lugar Vovó só tá espiando Esse nego aproveitador Qualquer dia Ele toma um surreiro E sai do terreiro Naquela de horror Vovó veio do cativeiro Pra fazer a caridade Mas não quer filho-de-terra Abusando da sua bondade Ela é da Bahia Ela é feiticeira Já vence a demanda Respeitada na mesa de umbanda E em todo lugar Vovó falou que vai dar um coro Nesse fim-de-feira Eu só sei que, de qualquer maneira Esse nego vai ter que pagar! Ele tem que pagar Esse nego vai ter que pagar! Ele tem que pagar Esse nego vai ter que pagar!