Não sei se são só alucinações Mas as visões são bem reais frente as impressões Talvez eu seja nessa terra de cegos somente um prego Com a cabeça chata, martelada porque eu não me entrego E eu não nego, até o cego vê Que quem tem um olho é rei e está no topo da pirâmide Deve ser loucura (loucura pura) Pois o dono do trono tira o sono de quem o procura As viaturas todos ouvem, os tiros também Só meus gritos que não são ouvidos, por mais que ecoem Sei que não estou mudo, sei que tenho voz Mas é difícil entrar no ouvido de orelhas com nós E só pela certeza que são pregos sem cabeça Ficam fáceis de entortar, sem firmeza E a sentença é uma só, por isso o desespero aumenta Após as obras, é pra mesma caixa que voltam as ferramentas Tenho que correr contra o tempo Tenho que soprar contra o vento Tenho que buscar quem não veio Se fosse só um devaneio Só devaneio Mas não é! Enquanto o mundo se destrói Todos se distraem, tragam morte sem lembrar que dói E corrói silenciosamente iludido O ser humano é atrofiado em todos os cinco sentidos O plano é simula-los, assim nem sentimos Enquanto somos açoitados, crie o problema Tenha a reação do povo, e dê a solução Providencial o suficiente para ter sua aceitação Apesar de prejudicial, mas quem vai reclamar Podendo consumir, descartar, consumir, até se acabar?! O homem e seu habitat natural Construído de material artificial Aceitamos o mal cheiro de esgoto, lixo, carros De tudo que nós criamos o que é necessário? E assim o homem vive morrendo em função de nada É devaneio, ou nossa raça é escravizada?