Eu aprendi a cantar versos Na solidão dos caminhos Trouxe a sina dos sozinhos De quem já nasceu teatino E o meu canto peregrino Meu companheiro de infância Ia encurtando as distâncias Pra chegar ao meu destino. Meu verso fala de apelo, Como uma mão estendida Meu verso fala de vida Por ser contrário à matança De um povo de alma criança Que ama a paz, não a guerra Mas que, ao chamado da Terra, Morre abraçado na lança (E já que, mesmo sem guerra, Não vou ficar pra semente Quero uma cruz e uma campa Bem perto da minha gente Pra ter os pés sobre a Pampa E olhar o mundo de frente) Eu trago as lutas de um povo No bojo de uma guitarra Pois quem peleia, com garra, Bem que merece a vitória Não que eu reivindique glórias Que o tempo nunca dará Mas, onde se fez história, Um gaúcho estava lá! Eu não renego a Mãe-Pátria, Mas meu sangue é farroupilha Que envermelhou as coxilhas Em nome de um ideal E se, de um jeito brutal, Morreu tanta gente guapa, É porque a história farrapa Merecia outro final (E já que, mesmo sem guerra, Não vou ficar pra semente Quero uma cruz e uma campa Bem perto da minha gente Pra ter os pés sobre a Pampa E olhar o mundo de frente)