Já me cansei de sofrenar tantas vontades Que há muito pedem para serem esporeadas E andam afoitas esperando meu descuido Pra galoparem suas paixões desenfreadas Um dia desses dou rédeas pra essas vontades Deixo que sigam livremente seu caminho Retiro o freio das ventenas inquietudes Pra que pastejem seus anseios de carinho Nunca sofrena uma vontade, companheiro Pois ela é a voz do próprio coração E quem sofrena uma vontade de amar Gasta os seus dias de rastro e rédeas no chão Faz tanto tempo que trago de rédeas soltas Essas vontades que não conhecem perigos E, aos poucos, fazem meu braço rude ceder Por que os seus rumos são os mesmos que persigo Um dia desses quando eu sair da cantina Depois que o estrivo descer lento pela goela Vou deixar frouxas as rédeas do coração Pra que as vontades me levem pra junto dela