Envidei no meu destino Num medonho marca passo Fiz descaso do alheio Andando num só compasso Alma e corpo são bagagens Que levo no caminhar Sentindo o cheiro do campo Tendo o céu pra me abrigar Eta cavalo crinudo Difícil de se domar O destino é caborteiro Não se pode pealar Na cavalgada da vida Vou selando a minha sorte Confiando no meu braço Enfrentando a própria morte Não me abate o vento norte Nem me assusto facilmente Conheço carta marcada E o bote da serpente Consolei muita chinoca Em bailanta rotineira Nunca perdi o aprumo Pruma prenda cabresteira Nas águas da minha vida Não nado contra a corrente Nunca andei fora de margem Isto basta pra ser gente Sou o rio que segue o curso Vence quedas e barreiras Se tornando forte e grande No mar velho sem fronteiras