Cevo este mate aragano Nesta cuia xucra da fronteira São os modos livres de um paisano Numa morna tarde domingueira Ela vem suave pelos campos Perfumando a flor de corticeira Vaga com a luz dos pirilampos Envolve com a fagulha na fogueira Este mate afaga meus silêncios Na mão calejada de chaleira No braseiro a chama solitária Que balança ao sabor De ilusão tão estradeira O mate cicatriza minha dor Renova meus amores delirantes A cuia roda num galpão acolhedor Nada é amargo pros amantes Ficou um gosto teu neste meu mate Cevado ao cerne desta solidão Em lento entardecer muy escarlate Com laços largos de imensidão