Sorvendo o mate bebo a vida bem vivida O sangue verde riograndense de outras eras As amarguras ficam doces pelas bombas Onde o gaúcho já respira primaveras Lenço bendito empoeirado pelas lidas Bendito lenço que de sangue está manchado A mancha não desonra o peleador E mais reforça a cor do lenço encarnado Foi num baú que eu encontrei aquela bomba Era de alpaca sem ponteira e amassada Olhei um trapo que num canto se escondia Era o lenço do avô que estava ali guardado Lembro do avô a matear nas madrugadas Contava causos que com ele aconteciam Vi nesta bomba o avô que me ensinava A ser gaúcho e ter no lenço a honraria Bomba e lenço quero ter junto comigo Quando matear a beira de um fogão na aurora Para sentir o mesmo gosto que sentia Aquele velho que não tenho mais agora