Enfrento trilhas e trajetos que me afastam Das peripécias dessa vida na encruzilhada E nas sombrias longas noites da existência As paralelas da guitarra varam a madrugada Vibra o ocaso e o descaso de um olhar agradecido Diante da face cruza o canto dos passarinhos E os atalhos de meus dedos tocam esta melodia E as notas singram e choram pelos caminhos Um raio bifurca nossa dúvida num clarão E uma faísca bate forte no peito num altar Sonho triste que maltrata os pés em procissão Como pegadas que somem com as ondas do mar E cruzamos na pinguela da razão em nossa fronte Uma paisagem serena no remanso da maré E a benção de um rosário numa luz no horizonte Escolhemos uma porta que se abre em nossa fé As paralelas da guitarra Sonidos de cantos noturnos Os acordes em algazarra No meu trotear lobuno