Nasci em são Salvador Filho de negra, guerreira, da nação nagô Com bravos malês, sua luta se fez Minha mãe, que a história marcou Luiza Mahin, em seus braços a inspiração Apartados os caminhos, unidos no coração Menino, fui entregue a um senhor Quem me deu preço, não sabia meu valor Cruel, ó pai, quanto valem os grilhões? O sangue tantas vezes derramado! Lembra o grito aprisionado nas senzalas e porões Ôôo, ê, malungo, ê, um novo Sol raiou Ecoa o clamor por alforria Liberdade, ainda que tardia! Em nós, até a cor é um defeito E viver já é um feito, pra quem só conhece a dor Explorados na lavoura, na fazenda No engenho, nossa força gera a renda do opressor Se o corpo foi cativo, não prenderam os ideais Venci pela certeza que um direito, não se comprará jamais Sonhei poder livrar dessas correntes todo irmão Sou Luiz Gama, patrono da abolição A paz e a esperança em uma só voz De verde e branco canta Niterói Buscando a vitória Cubango chegou Orgulho da comunidade eu sou