Boto fé É, na beira do berço, olhando pra dentro, como é que vai ser? Quando o rebento, desperto do sono inocente, perguntar por que Nosso, dentre outras mil tem jeito És tu que há de vingar Quando crescer vou ser presidente Sonho de criança Mãe gentil, espera no adulto o pequeno de outrora Boto fé Na volta do batente Coletivo lotado O semblante cansado Ele segue a viagem de pé Eu boto fé No peso da mochila Junto com a marmita Embrulho com laço de fita Recompensa no final do dia O sorriso da sua cria Boto fé Deixai vir a mim as criancinhas Se liga no que o mestre falou Delas é o reino, e por que não? Se eu represento no máximo A quinta geração Do crioulo, que subiu o morro cantando Salve à abolição Abolição que era nó de papel E o marginal Sem saber como garantir o pão Quem diria que hoje em dia O seu herdeiro canta por que não?