Sinto-me fraco, Síndrome da falta, Porto um vácuo, Uma pausa na pauta. Estagnado em minha lauda, A cobertura sem a cauda. Ouso escutar a cantoria, Ouço executar a sinfonia, Simpática força que culmina. Sinto-me Senhor Da minha própria sorte, Síntese nossa em minha Sinopse. Sou sua serifa, Tu és minha haste, Me mantém proporcional, Irracional em minha arte. Não escrevo mais O que vem da inspiração, Pira-me a tua tenaz convicção. O diário está mudo, Nada mais me diz, Fui criado graúdo E a grafia não condiz. Mas antes de ontem Se antecipou, Hoje é a conseqüência Do que passou E também somou E tão bem semeou. Sinto-me Senhor Da minha própria sorte, Síntese nossa em minha Sinopse. Sente-se agora, Sinta-se com vontade, Sossegue e levante sem alarde, Ainda não é tarde Para aliar, para obter, para habitar. Sinto-me Senhor Da minha própria sorte, Síntese nossa em minha Sinopse.