Michel F.M.

Honra e Glória

Michel F.M.


Ancoramos num distrito errante,
Um velho homem itinerante,
Se põe a contar para os netos,
A história de um povo em certos aspectos.

Foi abrindo um livro que ele descobriu,
Uma ínfima terra chamada Brasil,
Em palavras serenas começou a falar,
A verdade passou a se revelar.

Envolveu-se na história que era apaixonante,
Depois da leitura refletiu um instante,
Explicou a seus netos de maneira fadada,
Percebeu que aquela era a terra sonhada.

De pequena não tinha nada,
Até aos extremos era valorizada,
E o seu povo dizia, que algum dia,
A sua história iriam contar.

Era um povo que com o calor,
Despertava nos outros o valor do amor,
Se prestasse atenção via a emoção,
Representada na ilustração.

Surgiam os fatos a acontecer,
Retratados nas pinturas de Debret,
A história se passava até encontrar,
Os esboços criativos de Oscar.

Mas como toda história é suja de sangue,
Em meio ao mangue tentou se libertar,
Buscando uma saída, prum passado sem vida.

Vamos fazer o que ninguém quis,
Reeditar a história do nosso país.

Somos uma imagem estereotipada,
De um povo selvagem em sua pátria amada,
Aprenderam e ensinaram a história errada,
Não existem primitivos residentes na calada.

Extirparam os nativos na espada e espingarda.
Durante muito tempo uma cultura explorada,
Dura desvantagem da nação colonizada,

Vamos fazer o que ninguém quis,
E reconhecer: - Eu fiz.

Colocaremos nosso nome na história,
Nós mudaremos a história de um povo,
Os nossos feitos vão ficar na memória,
E voltaremos para contar de novo,
A nossa história de Honra e Glória.

Quem sabe nossos netos, a partir daqui,
Vão conservar os fragmentos da nação Tupi.

A história remontou, o livro se fechou,
O velho homem se emocionou,
Olhou para seus netos e declamou:

Esta é a história de um povo brilhante,
Que enfrentou a morte e a dor,
É a história de um povo distante,
Que como nós, cultivou o amor.

É a nossa história, de Honra e Glória.