Ancoramos num distrito errante, Um velho homem itinerante, Se põe a contar para os netos, A história de um povo em certos aspectos. Foi abrindo um livro que ele descobriu, Uma ínfima terra chamada Brasil, Em palavras serenas começou a falar, A verdade passou a se revelar. Envolveu-se na história que era apaixonante, Depois da leitura refletiu um instante, Explicou a seus netos de maneira fadada, Percebeu que aquela era a terra sonhada. De pequena não tinha nada, Até aos extremos era valorizada, E o seu povo dizia, que algum dia, A sua história iriam contar. Era um povo que com o calor, Despertava nos outros o valor do amor, Se prestasse atenção via a emoção, Representada na ilustração. Surgiam os fatos a acontecer, Retratados nas pinturas de Debret, A história se passava até encontrar, Os esboços criativos de Oscar. Mas como toda história é suja de sangue, Em meio ao mangue tentou se libertar, Buscando uma saída, prum passado sem vida. Vamos fazer o que ninguém quis, Reeditar a história do nosso país. Somos uma imagem estereotipada, De um povo selvagem em sua pátria amada, Aprenderam e ensinaram a história errada, Não existem primitivos residentes na calada. Extirparam os nativos na espada e espingarda. Durante muito tempo uma cultura explorada, Dura desvantagem da nação colonizada, Vamos fazer o que ninguém quis, E reconhecer: - Eu fiz. Colocaremos nosso nome na história, Nós mudaremos a história de um povo, Os nossos feitos vão ficar na memória, E voltaremos para contar de novo, A nossa história de Honra e Glória. Quem sabe nossos netos, a partir daqui, Vão conservar os fragmentos da nação Tupi. A história remontou, o livro se fechou, O velho homem se emocionou, Olhou para seus netos e declamou: Esta é a história de um povo brilhante, Que enfrentou a morte e a dor, É a história de um povo distante, Que como nós, cultivou o amor. É a nossa história, de Honra e Glória.