As ruas são dos automóveis As linhas podem ser do trem Dinheiro é desejo de pobre, A vida passa o dinheiro não vem Na rua a ilusão é forte A vista sempre se embaralha De sol a sol o seu suor escorre Na marmita e na enxada Uns na rua tem juízo mole E vagueiam na vida do crime Se ralando pra gastar a sorte Como se a vida fosse um filme Uns lavam louça ,outros cospem no prato Uns são da mansão outros do barraco Uns dão o sangue, outros pedem dobrado E o peso da cruz vai ficando pesado As ruas são dos que não dormem Barriga ronca pedindo um vintém E quem tem juízo torce Pra na vida não ser zé ninguém Na rua ha quem se esforce Pra em tudo se dar bem Na rua que o dinheiro corre E você que o seu também A rua não tem sul nem norte Mas tem um destino pra cada um Quem sabe trombo com a sorte E meu barco desencalha